sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um barco ao longe

... um súbito reflexo de luz, proveniente do rio, fez-me perder o já precário equilíbrio e escorreguei!
Rugindo asneiras em catadupa, pus-me de pé para verificar a dimensão dos "estragos" (fiquei com as calças sujas de lama, e raspei a mão com que tentei amparar a queda), tão aborrecido que quase me esquecia do que me fez cair.
Num barco no meio do rio, a aproximadamente 200 metros de onde eu e o corpo enterrado no lodo nos encontrávamos, uma pessoa observava-nos com uns binóculos.
"A luz do sol reflectiu-se no vidro do binóculo, de certeza".

Aparentemente do sexo masculino, o barqueiro vestia um oleado verde com panamá a condizer, e via-me sem pudores.
Acenei.
Acenou-me também. Agachou-se, então, e num movimento lento, levantou uma mão e mostrou-ma durante alguns segundos.

Mas a mão não era a dele.

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