domingo, 12 de abril de 2009

Terço verde fluorescente

O telemóvel tocou, e Pinto atendeu distraído enquanto andava de volta do computador que teimou em desligar do monitor. Rogava pragas às senhoras da limpeza quando repentinamente estacou.
- Estou, Inspector Pinto?
- Sim, quem fala?
- É Humberto Sousa, do caso do corpo que vocês encontraram no rio.
- Do corpo que você encontrou, quer dizer...
- Pois. Oiça, preciso de uma informação.
- Diga, colega.

Passava-se algo.


- O terço que me mostrou no saco... tinha alguma inscrição.
- Acho que sim, deixe-me ir buscar a pasta...

Pinto dirigiu-se à secretária desarrumada que fazia canto. Contornou-a, agarrou na pasta bege e passou rapidamente os dedos pelas peças da investigação, até encontrar três fotografias da prova. Na segunda estava uma data:

04:07:1969

O inspector no activo agarrou novamente no telemóvel pousado sobre a mesa, transmitiu a informação pelo éter e ouviu do outro lado a chamada cair.
Agarrou no casaco, ligou para Sequeira.

- Estou, Sequeira? Temos de ir imediatamente a casa daquele gajo ex-inspector que encontramos no caso do corpo no rio. Sacas a morada aí na base de dados e vens ter comigo à garagem?

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